Uma taça de café
Um cigarro na mão
Um punhado de fé
Nos passos sem chão.
Longe me perco
Voando sem graça
Na voz do incerto
Na vida que passa.
E pairo no ar,
Sustendo a revolta
Enxugo o olhar
Da lágrima solta.
Queria ceifar
Os cabos sem fim
Por dentro rasgar
Poemas de ti.
Mordendo dilemas
Indagando o mundo
Quis cobrir de penas
O manto profundo
Do mar das arábias
Que em palavras sábias
Se fez oportuno.
Lancei-me ao vazio
Do vazio de mim
Um leito sem rio
Tão seco e tão frio
Esperando o motim.
Esbarrei na dureza
Do doce final
Tão forte e coeso
Tão morto e tão preso
Esta dor carnal.
Nos passos da mão
Um punhado de café
Uma taça sem chão
E uma pregador sem fé.
Morri é verdade
E assim me salvei
Do tempo da idade
Do cedo e do tarde
Que nunca abracei.
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